Resenha crítica "beleza americana"
O que chama atenção no filme Beleza Americana é o fato da história ser contínua, sem ter necessariamente um ponto definido que estabelece onde acaba com um modo de ver e vivenciar algumas coisas. Mas, que as mudanças acontecem gradativamente, contando com uma série de aspectos que podem incluir desde fatores considerados mais externos como a industrialização, ou mais próximos como o modo de vivenciar uma relação a dois. O enredo fala sobre duas famílias que vivem no interior dos Estados Unidos.
O diretor da trama, Allan Ball, fez questão de deixar explícito em sua obra, a crítica ao estilo de vida de muitas pessoas. O enredo não passa de retratos, padrões de vida, mostrando que sempre é possível haver mudanças. Como, por exemplo, na família que vive de aparências, imersas no egoísmo e constituída pelo patriarca, Sr. Lester, que é o retrato de um perdedor, com um emprego mediano e sem prestígio, vivendo uma vida vazia e sem sentido. Para tentar uma reaproximação sua e de sua filha, vai assisti-la em uma apresentação no colégio, onde conhece Ângela, uma amiga de Jane, uma garota mimada e egoísta, que sempre quer ser o centro das atenções, uma verdadeira "beleza americana". Daí então, ele passa a ter sonhos eróticos com ela. Sem falar, na mudança repentina que ele tem, ao jogar tudo para o ar e fazer coisas que não tinha coragem como, por exemplo, malhar e fumar maconha, que compra do seu vizinho, o namorado de sua filha.
Já Jane, é uma garota cheia de complexos. Não esconde seu ódio pela sua família. A mãe é frustrada no casamento e tenta a todo custo ter êxito na carreira profissional, mesmo que tenha que ir para a cama com o seu maior concorrente, uma pessoa que aparenta ser bem sucedida, mas na verdade é só fachada.
É um filme chocante e pavoroso, ao julgar do começo e principalmente pela conclusão surpreendente e reveladora, que acaba por mostrar que nem sempre as coisas são como parecem.
FTC - Salvador