Critica
Letters to Max é o registo da correspondência trocada entre Baudelaire, que visitou a Abecázia pela primeira vez em 2000, e Maxim Gvinjia, que foi vice-ministro dos Negócios Estrangeiros logo a seguir à sua declaração de independência. Em 2012, o realizador pôs no correio cartas ao seu amigo de longa data, duvidando que elas chegassem a ser recebidas num país que aos olhos do mundo ocidental não existe. Mas as cartas chegaram ao seu destino. “O impossível tornou-se possível,” diz Baudelaire ao PÚBLICO, “e isso era uma constatação interessante para alguém como eu, que trabalha na zona de fronteira entre o real e a ficção”.
A partir das respostas que foi recebendo de Max, Baudelaire fabricou em tempo recorde um projecto multimédia do qual Letters to Max é apenas um elemento. “Sabia que as cartas iam dar um filme, mas procuro sempre mostrar algo mais quando proponho uma exposição. Nesses casos, há três elementos: o filme, uma falsa embaixada da República da Abecázia onde o Max conversa com pessoas durante um horário de expediente, e um programa de debates