bioquimica
PAUSA
ENTRE
CONSULTAS
BETWEEN APPOINTMENTS
Responsável: Saul Schaf
Dosagem Laboratorial de Enzimas Musculares e Diagnóstico
Equivocado de Polimiosite Juvenil: Problemas na
Avaliação Clínica e na Fase Pré-Analítica(*)
Maria Mercedes Picarelli(1), Glória R.R.F. Kaiser(2) e Carlos Alberto von Mühlen(3)
INTRODUÇÃO
A dosagem de enzimas musculares é a técnica laboratorial disponível mais específica para avaliação de dano muscular(1,2,3). Por ordem de especificidade, apresentam-se a creatinofosfoquinase (CPK), a aldolase, as transaminases e a lactato desidrogenase (LDH)(2). A análise em separado destes exames tem pouco valor diagnóstico, uma vez que estão presentes em outros tecidos como fígado, miocárdio e cérebro, além do músculo estriado. Mas, quando levadas em consideração em seu conjunto e associadas a um quadro clínico compatível com miopatia, são bastante confiáveis.
Existem fatores de interferência que podem provocar resultados falso-positivos(1). Tais fatores incluem aqueles relacionados com a fase pré-analítica, ou seja, coleta e processamento da amostra, e aqueles relacionados com o uso de drogas e atividade física prévios à coleta(1,4). A análise dos resultados deve levar em conta estes fatores tanto no momento do diagnóstico como no acompanhamento da resposta ao tratamento de uma miopatia inflamatória.
Algumas interferências podem ser significativas, particularmente na população infantil, como, por exemplo, a recomendação de evitar atividades físicas extenuantes nas 24 horas prévias à coleta(1,3) ou a suspensão de drogas que possam interferir nos resultados, algumas de uso bastante comum (como aspirina ou ampicilina)(1).
Descrevemos aqui dois casos de pacientes que receberam o diagnóstico de polimiosite juvenil a partir de dosagens muito alteradas de enzimas musculares, sem quadro clínico compatível. Também examinaremos as prováveis causas destas dosagens alteradas e revisaremos as normas