Cristianismo copta
Este período da história do Egito foi marcado pelo desenvolvimento e expansão do cristianismo, que acabou por se tornar a religião majoritária deste país.3 O cristianismo egípcio contribuiu extraordinariamente com a formação da mentalidade ocidental,4 e seu desenvolvimento e expansão estão intimamente ligados ao surgimento da escrita copta, a língua majoritária do Egito no período em questão.
Se o norte do Egito, em particular o Delta do Nilo, foi uma das regiões mais helenizadas da antiguidade, chegando inclusive a contar com uma das mais importantes cidades helenísticas, Alexandria, as regiões mais longínquas desse país, em especial a região da Tebaída,7 ao sul, sofreram uma influência relativamente pequena da cultura grega. Analogamente, no período da dominação romana, se a administração e burocracia do Império podiam ser sentidas nessas regiões longínquas, a influência da cultura latina não.
Assim sendo, a região sul do Egito conseguiu em grande medida conservar através dos séculos da antiguidade uma cultura e língua autóctones. À medida que o cristianismo começa a penetrar tais regiões longínquas, ele se depara então com tal cultura, travando com ela um contato direto, sem intermédio do helenismo ou da cultura latina, diferentemente do aconteceu na maior parte das regiões às quais o cristianismo chegou em seus primeiros três séculos de existência a língua grega, majoritária em boa parte do Mediterrâneo, inclusive no norte do Egito, não chegou a ser largamente utilizada no sul do próprio Egito. Assim sendo, a língua autóctone dos egípcios sobreviveu à helenização, evoluindo do demótico para o copta nos primeiros séculos da era cristã