Crise financeira
A forte liquidez internacional, a euforia internacional ligada ao dinheiro fácil (especulação), os gastos descontrolados, à custa de forte endividamento, alavancaram as economias mundiais entre 2002 e 2007. Este período de enorme crescimento e liquidez econômica, nada mais foi do que um processo especulativo, que acabou elevando os preços das mercadorias e aquecendo a economia global. A reboque, as commodities mundiais tiveram seus preços elevados, frutos da especulação do sistema financeiro.
Consequência deste processo de euforia, o mercado se auto-ajustou. Corrigiu os excessos do período anterior, provocando um “crash” na economia mundial, que teve seu epicentro nos Estados Unidos da América (EUA), com o estouro da bolha imobiliária naquele país. Este processo teve consequências duras para a economia mundial, gerando uma onda de recessão, e penalizando de forma generalizada o setor produtivo em geral, ou seja, a economia real.
Nesse mesmo período, o dólar perdeu força diante das principais moedas mundiais, inclusive em relação ao Real brasileiro, e os preços das commodities negociadas no mundo subiram significativamente.
Seguindo esse raciocínio, é um erro apontar como culpado do processo inflacionário mundial a alta dos alimentos, devido à falta de produto ou ao uso indevido de sua área para a obtenção de combustível (biocombustível/etanol), é não dizer a verdadeira razão do fenômeno: o sistema financeiro mundial aproveitando-se de uma posição deliberada dos EUA (em deixar sua moeda enfraquecer perante as principais moedas do mundo), visando solucionar problemas internos repassou o custo à sociedade mundial, sob a forma de inflação.
A crise financeira que abalou os Estados Unidos, a partir de outubro de 2008, e que se alastrou por todo o mundo, nos leva a refletir sobre os rumos do capitalismo e sobre a maneira como a economia é conduzida internacionalmente. Da mesma forma, uma das