Crise europeia
Espanha: o que acontece lá reflete em outros países
O centro do furacão, hoje, é a Espanha, quarta maior economia da Europa. O que acontece lá acaba refletindo em outros países. Os manifestantes espanhóis, que protestam nas ruas contra as medidas de austeridade, diziam assim: hoje, somos nós; amanhã, é a Itália.
O que tenho ouvido é que não tem como o país não pedir resgate. A situação é dramática. Pior do que o orgulho nacional é o subnacional: as regiões autônomas estão querendo se separar, como a Catalunha. Imaginem só como ficará a situação, se a crise acabar levando à fragmentação da Espanha.
Consumo de Lixo
Nesta quarta-feira (26 de outubro de 2012), quando o primeiro ministro espanhol, Mariano Rajoy, foi a Nova York participar da Assembleia Geral da ONU, curiosamente o jornal americano New York Times publicou notícia de capa intitulada "A austeridade e a fome na Espanha". Na matéria, ilustrada pelo fotógrafo catalão Samuel Aranda, fica exposto o panorama desolador do país. Segundo a reportagem, tantas pessoas estavam revirando o lixo para aproveitar restos que algumas cidades espanholas instalaram cadeados em suas lixeiras para evitar problemas de saúde.
Ainda de acordo com o periódico norte-americano, um relatório da ONG católica Caritás revelou que a instituição alimentou quase um milhão de espanhóis em 2010, número duas vezes maior do que em 2007. Em 2011, o dado aumentou em 65 mil.
Redução dos benefícios sociais
Para o professor de Relações Internacionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM-RJ), Fernando Padovani, as manifestações que têm ocorrido na Espanha são reflexo de 40 anos de cultura do estado de bem-estar social.
Segundo ele, as populações europeias, naturalmente, resistem a perder benefícios sociais conquistados. Contudo, esse modelo deve acabar. “Esse é o início de um longo e doloroso processo de mudança para União