Crise da Individualidade: A Identidade Corrompida
Antonio Raimundo Simões da Silva.
Resumo:
Este trabalho propõe analisar de que forma a modernidade contribui para o esfacelamento e esvaziamento do sentido de individualidade, tal qual o conhecemos. Irá abordar a questão da identidade como construto social, dentre tantas conceituações e sentidos tomados de empréstimo por este conceito tão ambíguo quanto fugidio. Empreenderá uma análise do contexto onde as identidades se desenvolvem, ou seja, onde se desenha a trajetória, os caminhos, os atalhos e também os labirintos em que o indivíduo se insere, voluntária e involuntariamente. Não há como prescindir da análise conceitual do tema, visto que, não há como abordar e delinear de maneira satisfatória um conceito tão complexo, apenas contemplando sua trajetória e a multiplicidade de caminhos onde trafega, ou mesmo, as relações que estabelece. Se tomarmos do termo “identidade”, verificaremos que muito de sua complexidade se deve à confusão natural que estabelecemos com outros termos correlatos ou correspondentes, como: sujeito, pessoa, personalidade, individualidade etc. Longe de propor uma solução definitiva a este problema, o texto tratará da questão da identidade, e das contradições envolvidas em sua constituição, de forma aberta, sem a preocupação de limitar semanticamente ou conceitualmente o termo. Será, isto sim, levado a efeito, uma reflexão sobre o processo de construção da identidade na contemporaneidade, conhecida como pós-modernidade ou modernidade tardia, como querem alguns.
Palavras-chave: individualidade, esvaziamento, interioridade, existência, modernidade.
SUMÁRIO
Introdução
Nos dias atuais, muito se comenta e se escreve sobre a perda da identidade. É evidente a crise pela qual passa a pessoa humana diante das mudanças radicais trazidas pela pos-modernidade1. A