Crise Colombiana
Tudo o que se refere à segurança tem ocupado um grande espaço da agenda externa colombiana desde meados do século passado. Isto se deve aos conflitos internos que assolam o país há alguns anos - a instabilidade política, o narcotráfico e as repercussões externas combinadas desses elementos.
Por outro lado, um dos traços mais notáveis da política externa colombiana tem sido seu alinhamento com os Estados Unidos por meio da doutrina do RespicePolum, que tem sido definida como “[uma] caraterística histórica dominante da política externa colombiana –sem grandes diferenças das políticas externas de outros países da região- e se entende como uma inserção racional dependente da potência mundial de primeira ordem” (DALLANEGRA 2012: 38).
A securitização, no caso colombiano se refere àquela associação dos temas de segurança da agenda externa –e de forma geral de toda a política interna e externa na Colômbia- perante uma percepção generalizada de insegurança como forma de organização e representação política. Dita securitização implica que as relações exteriores da Colômbia tenham que passar obrigatoriamente pela lente da segurança, que outros temas sejam secundários e cobrem importância só quando estiverem relacionados à dimensão da segurança nacional. ArleneTickner (2004) chamou de “securitização da crise colombiana”, arguindo que:
“As percepções de insegurança e de ameaça que suscitam o tema da Colômbia nas nações vizinhas, ao invés de ser uniformes, como sugere a noção do spillover, são muito variadas. Da mesma forma, não são produto das consequências objetivas da regionalização da crise colombiana, senão que dependem em grande parte das dinâmicas políticas internas de cada país e a forma na qual seus representantes articulam temas específicos como problemas de segurança” (TICKNER 2004: 12).