Criminologia
A análise de estatísticas criminais em prol da segurança pública é um processo sistemático de produção de conhecimento, realizado a partir do estabelecimento de correlações entre fatos delituosos ocorridos (constantes de boletins de ocorrências policiais) e padrões e tendências da criminalidade num determinado tempo e lugar.
É de entendimento intuitivo a necessidade, da parte do Estado, do conhecimento advindo da análise de estatísticas criminais. Através delas, a segurança pública pode gerir eficaz e eficientemente seus recursos, com o propósito de controlar, e o fim último de neutralizar, manifestações da criminalidade e da violência.
A necessidade dos produtos informacionais da análise das estatísticas criminais é hoje tão pacificamente aceita que, de acordo com o Centro para Prevenção Criminal Internacional da Organização das Nações Unidas (ONU), "um número crescente de países contribui com as pesquisas criminais globais realizadas pela ONU, no que diz respeito a estatísticas de delitos de ocorrência clássica" (homicídios, roubos, estupros, arrombamentos, fraudes e lesões corporais)". Ou seja, a estatística criminal já é prática doméstica tão consagrada nos países da comunidade internacional que passou a ser sistematicamente consolidada em documentos globais da ONU.
A exemplo do que seja a análise de estatísticas criminais, ela inclui a utilização, dentre outras funções estatísticas, da análise de dispersão de dados de ocorrências policiais, enquanto parte de uma série histórica de um determinado lugar. A análise de dispersão permite, a exemplo, determinar a influência de fatores como os horários de ocorrências sobre a freqüência delas ao longo das 24 horas. A análise de dispersão mostra que é possível determinar a dispersão dos valores da variável "horário de cometimento do ilícito" ao redor de sua média aritmética: numa distância de um desvio padrão ao