Criminologia
Depois de ser vendida pelos pais no Sertão da Bahia, Maria é levada para uma fazenda e, em seguida, para trabalhar como prostituta em um garimpo na Amazônia. Mais tarde, a menina foge para o Rio de Janeiro pegando carona com caminhoneiros.
Ao longo da trama, Lagemman expõe algumas das práticas que envolvem a exploração sexual infanto-juvenil, como o leilão de meninas virgens, e os personagens que lucram com esse mercado: aliciadores (que compram as meninas de suas famílias), donos de boates, cafetões, coronéis e políticos
Também retrata a situação das prostitutas que vivem em regime de servidão: garotas que teoricamente recebem pelos programas, mas têm descontado o valor das roupas, comida, alojamento e remédios que consomem. Além disso, sofrem violências físicas e ameaças psicológicas para não deixarem o local.
Para enfrentar a questão, o diretor defende o fortalecimento das organizações que trabalham com as jovens exploradas e o aumento da repressão a esses crimes. Ele acredita, no entanto, que também são necessárias medidas educacionais e mudanças culturais que alterem o comportamento da população. "Tem o preconceito da sociedade brasileira, um machismo em relação às garotas, e o preconceito racial, já que elas são em sua maioria negras. Além disso, tem a questão educacional, de como o adulto deve tratar a criança".