Criação do senai
Filipe Pego Camargos
A CRIAÇÃO DO SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL (SENAI), PROPOSTAS EDUCATIVAS E FORMAÇÃO DE TRABALHADORES.
CURITIBA 2010
Filipe Pego Camargos
A CRIAÇÃO DO SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL (SENAI), PROPOSTAS EDUCATIVAS E FORMAÇÃO DE TRABALHADORES.
CURITIBA
2010
1 – INTRODUÇÃO.
No ano de 1809, - contexto da chegada da Corte portuguesa em solo brasileiro - com a criação do Colégio das Fábricas por D. João VI, verificam-se os primórdios da instituição do ensino profissionalizante no Brasil. Tal instituição encontrava-se em um contexto no qual a Metrópole portuguesa idealizava para sua Colônia brasileira, um projeto modernizador, devido à nascente burguesia brasileira; este projeto de fundo capitalista visava o progresso da nação.
No entanto, a educação profissional recebeu críticas e não foi bem aceita. Uma dessas críticas era a própria característica cultural do período Colonial e Imperial que diferenciava acentuadamente o ensino humanístico (elitizado), do ensino profissional (classe baixa). Depreende-se dessa questão, que o trabalho manual (braçal) por ser realizado majoritariamente por escravos, acabou gerando uma imagem inferior quanto às escolas profissionalizantes e, por conseguinte a seus aprendizes.
A segunda crítica desdobra-se da primeira, que foi o cunho assistencialista das instituições de ensino profissionalizante criadas nos séculos XIX -XX. Quanto a este aspecto, observa-se a desigualdade social que fecundou o preconceito em relação ao ensino profissional, uma vez que o humanístico era exclusivo das elites, e o profissional objeto dos “menos afortunados” .
As escolas profissionalizantes do século XIX procuraram seguir um modelo europeu para construir fisicamente e intelectualmente, as escolas de “artes e ofícios”.