Criança e criminalidade no século XX
(Marco Antonio Cabral dos Santos)
2014
INTRODUÇÃO
Em 1898 lançava-se em São Paulo o “Álbum das meninas”, se tratava de uma revista educativa com o objetivo de iniciar as jovens leitoras no universo das artes, e despertava o desejo pela literatura.
Em outubro do mesmo ano foi publicado na revista um soneto de Amélia Rodrigues, “O Vagabundo”, que relatava uma grande preocupação da cidade naquela época: o auto índice de menores criminosos que constantemente ameaçavam e perturbavam as famílias paulistanas.
A publicação tratava de alertar as leitoras dos perigos e da pratica constante de vadiagem que atrapalhavam a ordem publica daquela sociedade.
CRIANÇA E CRIMINALIDADE NO INÍCIO DO SÉCULO XX
Durante o período foi inserido uma grande mão de obra imigrante, o que transformou o quadro social de São Paulo. As lavouras de café que impulsionavam a economia do estado começavam a diversificar-se com essa ampliação de trabalhadores, esses que assumiam um importante papel para a economia.
A partir daí, São Paulo começava a perceber um crescimento populacional, acompanhado do crescimento industrial. Com cerca de 30 mil habitantes em 1870, passaria a abrigar uma população de 286 mil e 1907. Com isso gerava-se um aumento também dos estabelecimentos e comércios. O mesmo não acontecia com as habitações, não se conseguia acompanhar esse progresso, criando-se vários cortiços que eram habitados por um auto número de pessoas. Esses que não contavam com condições mínimas de higiene, nem saneamento básico, o que resultava em um auto índice de pestes e epidemias.
A busca pelo trabalhador ideal era constante e discriminavam-se os negros e imigrantes que possuíam ideias que pudessem prejudicar a ordem social. Eram banidos do país os lideres de sindicatos, lideres de greves e reivindicações