Creche
Até meados do século XIX o atendimento de crianças pequenas longe da mãe em instituições como creches praticamente não existia no Brasil, pois a educação era de responsabilidade exclusiva da família. O enorme impacto causado pela revolução industrial fez com que toda classe operária se submetesse ao regime da fábrica e das máquinas, possibilitando a entrada da mulher no mercado de trabalho, modificando a forma de cuidar e educar os filhos, as mães operárias que não tinham com quem deixar seus filhos, recorriam ao trabalho das conhecidas mães mercenárias, essas não trabalhavam nas fábricas e cobravam por seus serviços para abrigarem e cuidarem dos filhos de outras mulheres. As primeiras tentativas de criação de creches no Brasil, surgiram com um caráter assistencialista, devido ao alto índice de mortalidade infantil, desnutrição, etc. As creches começaram a ser implantadas sob a direção filantrópica, inspiradas nas creches francesas, com a finalidade de prestar assistências às crianças pobres de zero a dois anos, cujas mães trabalhavam fora do lar. Até o início do século XX não houve nenhuma intenção exclusiva educacional, o que existia era um grupo de profissionais de diferentes áreas. No início dos anos 80, após mais de dez anos de ditadura militar, houve um crescimento dos movimentos populares, a sociedade civil se organizou e foi para as ruas lutar por seus direitos, inclusive a luta por creches, reivindicando a participação do Estado na criação e na manutenção dessa instituição. Com a Constituição de 1988 surgiu um novo olhar sobre a criança e a educação infantil, a mesma deixou de ser vista como objeto de caridade e passou a ser vista como cidadã que tem seus direitos garantidos pela Constituição. O Estado reconheceu como um direito a ser dado para a criança através de creches e pré-escolas, para todas as crianças de zero a seis anos, foi aprovado o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que integrou as