Crash - No limite (Resenha)
Crash – No limite
O filme é muito instigante e começa com uma frase muito interessante: "Em Los Angeles ninguém te toca. Estamos sempre atrás do metal e do vidro. Acho que sentimos tanta falta desse toque, que batemos uns nos outros só para sentir alguma coisa."
“Crash” retrata de uma maneira muito interessante as tensões que surgem a partir da grande diversidade racial e étnica que pode ser encontrada em uma grande cidade, no caso Los Angeles, e utiliza-se de vários estereótipos para melhor apresentar essa realidade e discutir a relação entre direito legal e moral.
O site Só filosofia classifica o filme como “uma representação de uma sociedade multicultural construída no racismo e na desigualdade, que limita a justiça social.”
De forma ampla, o longa conta sobre o velho, porém atual, preconceito e discriminação existentes na nossa sociedade. E que pode se dar de forma explícita, como quando a personagem da Sandra Bullock ficou com medo dos rapazes na rua por eles serem negros, ou por deduzir que o chaveiro pertencia a alguma gangue, pelo simples fato dele ter cabeça raspada, tatuagem e ser mexicano, além de outros tantos exemplos no filme.
Mas o preconceito muitas vezes está dentro de nós sem que ao menos o percebamos. É o que aconteceu com o jovem policial, que racionalmente e aparentemente não era uma pessoa preconceituosa, mas que no fundo, e até inconscientemente, o preconceito estava presente nele.
O filme faz refletir sobre como somos superficiais ao julgar o próximo e faz uso de histórias mais elaboradas, que se cruzam, para nos mostrar quais as consequências que a nossa estereotipada discriminação pode nos trazer, se elevássemos o nosso preconceito ao limite.