Cras
Suzana Maria Gotardo (UFES)
Ana Lucia Coelho Heckert (UFES)
Cleilson Teobaldo dos Reis(UFES)
Cléver Manolo Coimbra de Oliveira(UFES)
Marcel Bittencourt Romanio(UFES)
Correio Eletrônico: clevercoimbra@yahoo.com.br
O QUE TEMOS FEITO DE NÓS COMO PROFISSIONAIS?
Este trabalho tem sua gênese em inquietações partilhadas com alguns autores, como, por exemplo, Guattari e Rolnik (1986: p. 29) quando colocam questões sobre os trabalhadores sociais, incluindo-se aí jornalistas, assistentes sociais, psicólogos, educadores, etc. Os autores afirmam sobre o envolvimento desses profissionais nos processos de produção de subjetividade:
Eles se encontram numa encruzilhada política e micropolítica fundamental. Ou vão fazer o jogo dessa reprodução de modelos que não nos permitem criar saídas para os processos de singularização, ou, ao contrário, vão estar trabalhando para o funcionamento desses processos na medida de suas possibilidades e dos agenciamentos que consigam pôr para funcionar. Isso quer dizer que não há objetividade científica alguma nesse campo, nem uma suposta neutralidade na relação
(por exemplo, analítica). (GUATTARI & ROLNIK, 1986, p.29)
Neste sentido, o trabalho objetiva analisar os processos de produção de formas de atuar dos psicólogos, produzidas no cotidiano de trabalho do CRAS de Campo Verde em
Cariacica. Buscamos acompanhar as produções das práticas psi, entendendo que tais práticas são construídas no cotidiano por profissionais de psicologia, pelos profissionais que atuam junto a eles, pelos usuários desses serviços e por outras tantas linhas de composiçã. Essas práticas são pensadas neste trabalho como modos de criação/produção de realidade.
Apostamos que a construção dessas práticas, assim como a vida, é feita de movimentos que expressam relações, interfaces, hibridismos – composições dinâmicas e provisórias.
Buscamos pensar que essa produção envolve misturas, turbulências,