Cotidiano conhecimento e critica
Na primeira parte Maria do Carmo Brant Carvalho expõe que a vida cotidiana é o centro da atenção do Estado moderno e da produção capitalista. Segundo a autora, surge um pacto social entre a classe trabalhadora que sofria os rebatimentos pós-guerra, o Estado assume funções de mediação entre capital e trabalho, intervindo nas relações sociais de mercado, tanto economicamente, quanto mediador dos anseios da classe trabalhadora.
O pensamento Neymeisiano é a base para o que a autora chama de “Revolução Passiva”. A classe trabalhadora se esvazia de sua posição de sujeito político real, perde sua visibilidade, sua capacidade reflexiva e sua participação ativa nas decisões, rumos e referências do processo de construção da sociedade.
Maria do Carmo expõe que a vida cotidiana é aquela de todos, fazer café, tomar banho, ir ao trabalho, etc. Nestas atividades o individuo exerce gestos mecânicos e automatizados, ações que não são dirigidas pela consciência. A vida cotidiana é caracterizada pela imediaticidade, o individuo aprende as relações sociais e as reproduz enquanto instrumento de sobrevivência. O Estado moderno, também chamado de Estado Providência caracterizado pelas suas funções de regulação, direção e mediação entre capital e trabalho, proteção social e redistribuição, torna o individuo um robô capaz de consumismo dócil e voraz, de eficiência produtiva e que abdicou de sua condição de sujeito, cidadão. A vida cotidiana tornou-se um espaço modelado pelo Estado e pela produção capitalista, uma base de rentabilidade econômica inesgotável; A sociedade formada por diversos complexos sociais é