Cotas, as máscaras do governo

A inserção social dos negros sempre encontrou obstáculos no Brasil. Mesmo após a abolição da escravidão, assegurada pela lei Áurea, assinada pela Princesa Isabel há mais de um século, devido à carência de políticas de inclusão na sociedade, eles são, até os dias atuais, vítimas de exclusão social. Apesar da grande hipocrisia presente na história nacional, reservar vagas e assegurar benefícios às pessoas afrodescendentes não pode ser usado como uma forma de justificar os problemas no sistema educacional brasileiro.
Há alguns anos, através do caso dos irmãos gêmeos idênticos que foram considerados de raças diferentes por uma faculdade pública, podemos perceber que as cotas revelam-se como uma prática falha para promover a integração de raças. Os defensores da Lei de Cotas acreditam que a divisão entre brancos e negros no Brasil é apenas um fator histórico-financeiro. Já os que se opõem pensam que não é só isso, eles creem plenamente na existência de um sistema público de educação precário, que reflete no legado de nosso país.
Portanto, a Lei de Cotas apresenta-se como uma maneira imprópria para diminuir a desigualdade socioeconômica. A educação do país é carente e continuará sendo se continuarmos a fazer uso de medidas temporárias, como as cotas, para mascarar o descaso do governo em relação à educação. Oferecer uma educação básica decente a toda população é a maneira mais adequada de solucionar a desigualdade social brasileira. Ao dar a oportunidade para que todos desenvolvam seu intelecto igualmente, poderemos nos livrar de manobras paliativas de inclusão social e assim ter, de fato, um país igualitário.