CORR A Leandro 2015 Noturno Apontamento
Apontamento
Os conceitos mais pertinentes à análise das atuais Relações Internacionais são enraizados no passado histórico, principalmente euro-ocidental, do contato entre as civilizações. E por isso a necessidade de recorrermos a este passado, a título de recuperarmos os porquês e circunstâncias de algumas tendências e normas, tais como a criação do Estado e da soberania. Teremos, então, como base cronológica o Tratado de Westphalia (sendo este um divisor de águas para as relações internacionais) para analisar os recortes históricos com mais cuidado.
O MUNDO PRÉ-WESTPHALIANO
O Tratado de Westphalia foi o pacto que instituiu, em 1648, o Estado e sua soberania dentro de seus limites territoriais. Este tratado marca também o fim da autoridade eclesiástica e o início de governos seculares por toda a Europa. Portanto, o temos como o propulsor do sistema internacional tal como o temos nos dias de hoje.
As cidades-Estado gregas apresentavam uma dinâmica de interação na qual aconteciam concomitantemente relações de comércio e luta pelo poder. Ainda que unidades independentes e autônomas, já manifestavam relações exteriores para obtenção de recursos e manutenção da segurança. Entretanto, em meados de 50 a.C., estas foram sendo incorporadas pelo Império Romano, e assim passaram a ser parte de uma grande unidade governamental, centralizada, que se subdividia em governos locais submissos ao grande Império.
No século V d.C., a decadência do Império Romano deu lugar a descentralização do poder na Europa. Em meio a este contexto, três grandes civilizações distintas ascenderam: a árabe – que se estendeu do Oriente Médio ao Norte da África e da Península Persa à Ibérica; a bizantina - com centralização na Europa e regida pelo cristianismo; e o resto da Europa – multicultural e descentralizada. Algumas civilizações também ascenderam de forma independente ao redor do globo, como é o caso da sociedade