Corporeidade: educar para reeducar
FILOMENA DE CARLO SALERNO FABRIN
Psicomotricista e Psicóloga; Professora de Psicologia e Mestranda em Educação na UNINOVE
Resumo
O corpo é nosso referencial com o mundo. É por meio dele que existimos e nos relacionamos com os demais. Para que então dissociá-lo da mente, do intelecto, dos pensamentos, dos sentimentos? A mente não existe sem o corpo e este não existe sem a mente – mente-corpo co-habitam e coexistem num mesmo ser. O cérebro-mente comanda os movimentos, as ações, os pensamentos, as emoções do ser humano, apesar de o homem ser essencialmente corporal. Pelo corpo, manifestamos aspectos de nossa existência, cultura e sociedade. Relacionar corporeidade, conhecimento e vivência do corpo à educação é um caminho necessário para articular conceitos centrais de uma nova visão pedagógica. Palavras-chave: corporeidade; mente-corpo; educação.
Abstract
The body is our reference to the world. It’s through the body that we exist and relate ourselves to the others. Hence, why separate the body from the mind, intellect, thoughts and feelings? The mind doesn’t exist without the body, and the body doesn’t exist without the mind. Mind-body lives in common and coexist in the same human being. The brain-mind commands the human being movements, actions, thoughts and emotions, but the man is essentially physical. Through the body, we show some aspects of our existence, culture and society. Relate bodyness, knowledge and the body experience to education is a necessary way to articulate central concepts of a new pedagogic view.
Key words: bodyness; mind-body; education.
Olhares sobre o corpo
Nas civilizações ancestrais, o corpo era visto como mistério inviolável, ‘jardim fechado’, sede do bem e do mal. A partir da visão mecânica que inaugura a Modernidade, o corpo passa a ser um objeto ‘aberto’, devassável, anatômico, fragmentado. Na economia burguesa, é força de trabalho, corpo-fetiche, mercadoria. A engenharia