cor na arte
Só nos anos 1990 ele lançou dois livros fundamentais sobre o tema, Colour and Culture (Cor e Cultura, 1993) e Colour and Meaning (Cor e Significado, 1999). Esta semana chega às livrarias um estudo mais recente de Gage, A Cor na Arte
(Editora Martins Fontes), publicado originalmente na Inglaterra há seis anos. Tratase de um abrangente ensaio sobre a cor na arte ocidental até o começo deste século. E ele chega justamente na semana em que a Editora Cobogó coloca nas livrarias Pintura Brasileira Século XXI, panorama com 160 obras de 33 artistas nacionais, que será lançado hoje, às 19 horas, antes de um debate, na Livraria da Vila. O que se vê no livro ratifica a suspeita do falecido John Gage: para estudar a cor na contemporaneidade, é preciso olhar para a arte não europeia.
A cor, para o historiador, era fundamentalmente um problema psicológico. Ele, portanto, não poderia deixar de examinar o advento de um fenômeno interessante na arte contemporânea: a retomada do simbolismo das cores num contexto algo diferente do modernismo de Kandinski e Matisse. No panorama da pintura brasileira deste começo de século, as experimentações cromáticas dos pintores mais jovens estão distantes de associar (de forma simbólica) cores ao poder constituído, como se fazia na Idade Média, ou até mesmo dar uma interpretação teosófica a elas, como fariam Blake ou
Kandinski. No entanto, é inegável o uso da cor como metáfora nas telas da nova geração de pintores brasileiros entre outros, as paulistanas Ana Elisa Egreja, de 29 anos, e Mariana Palma, 33, o maranhense Thiago Martins de Melo, 31, o brasiliense Rodrigo Bivar, 31, e o carioca Bruno Dunley, 28, quase todos trabalhando em São Paulo.
John Gage, em A Cor na Arte, dedica um capítulo inteiro à suspeita de que o simbolismo das cores "nunca deixou de ser irredutivelmente local e contextual". E ele recorre ao