Convite a filosofia
Esquecido, admirado ou recusado ao longo desses vinte e três séculos, aproximadamente, ninguém pode negar-lhe os méritos de ter sistematizado pela primeira vez no Ocidente uma metodologia científica, deixando o campo aberto para os que vieram depois.
O que se segue é a exposição de como se estrutura(m) o(s) discurso(s) filosófico(s) em Aristóteles[2] e não do seu sistema. Seguiremos os passos indicados pelo próprio filósofo e seus comentadores atuais e isto de forma breve, pois o tema por si só requereria mais que um simples artigo. No pensamento de Aristóteles, a filosofia é colocada pela primeira vez como uma ciência inserida em um sistema global do saber; em tal sistema, a filosofia, na sua acepção específica de metafísica, está no cume, e assinala para as outras ciências os seus confins e suas conexões[3].
Uma esquematização rigorosa das obras de Aristóteles[4] - o Corpus Aristotelicum – requer um trabalho à parte, mas grosso modo, se distribuem em quatro grupos: escritos de lógica (organon = instrumento): Categorias, Interpretação, Primeiros Analíticos, Segundos Analíticos, Tópicos e Elencos Sofísticos; escritos de filosofia da natureza (física): Física, O Céu, Nascimento e Morte, Meteorologia, História dos Animais, Geração dos Animais, Partes dos Animais, Movimentos dos animais, Locomoção dos animais, A alma, O sentido, A memória; escritos de filosofia primeira em quatorze volumes, denominados por Andrônico de Rhodes, de Metafísica; obras de ética e política, poética e retórica: Ética a Eudemo, Ética a Nicômaco, A política e A retórica. Existem outras obras atribuídas a Aristóteles,