Convergências entre as duas concepções
Uma paixão coloca-nos à mercê das coisas e pessoas que desejamos possuir ou destruir. O racionalismo ético define a tarefa da educação moral e da conduta ética como poderio da razão. A ética racionalista distingue necessidade, desejo e vontade.
Para os seres humanos, satisfazer as necessidades é fonte de satisfação. O desejo parte da satisfação de necessidades, dando às coisas, as pessoas e às situações novas qualidades e sentidos. No desejo, nossa imaginação busca o prazer e foge da dor pelo significado atribuído ao que é desejado ou indesejado.
O prazer que alguma coisa ou alguém nos transforma essa coisa ou esse alguém em objeto de desejo, o que nos leva a procurá-la (o) sempre. O desejo é a busca da fruição daquilo que é desejado, o objeto do desejo dá sentindo à nossa vida, determina nossos sentimentos e nossas ações.
Muitos filósofos afirmam que a essência dos seres humanos é desejar e, que somos seres “desejantes”: não apenas desejamos, mas desejamos ser desejados por outros.
Vontade e Desejo
A vontade difere do desejo por possuir três características que este não possui:
1. O ato voluntário implica um esforço para vencer obstáculos. Estes podem ser materiais, físicos ou psíquicos. A tenacidade e a perseverança, a resistência e a continuação do esforço são marcas da vontade e por isso falamos em força de vontade;
2. O ato voluntário exige discernimento e reflexão antes de agir, exige deliberação, avaliação e tomada de decisão. A vontade pesa, compara, avalia, discute, julga antes da ação;
3. A vontade refere-se ao possível, ao que pode ser ou deixar de ser e que se torna real ou acontece graças ao ato voluntário. A vontade é inseparável da responsabilidade.
O desejo é paixão. A vontade, decisão. O desejo nasce da imaginação. A vontade se articula à reflexão. O desejo não suporta o tempo, desejar é querer a satisfação imediata e o prazer imediato. A vontade, realiza-se no tempo; o esforço e a ponderação