CONTROLE DE CARRAPATOS
Conhecendo o carrapato como transmissor de patógenos
Os carrapatos são ectoparasitos que pertencem ao filo Arthropoda e a ordem Acari. Existem, aproximadamente, 870 espécies de carrapatos descritas no mundo, todas agrupadas na subordem Ixodida (dividida em três famílias: Ixodidae, Argasidae e Nuttalliellidae). A fauna brasileira de Ixodida está atualmente representada por 61 espécies de carrapatos, com algumas espécies importantes para a Saúde Pública e Veterinária por causarem danos diretos durante sua alimentação e por transmitirem agentes infecciosos aos homens e animais (Barros-Battesti et al., 2006).
Na região do neotrópico, temos 188 espécies descritas, das quais 57 são do gênero Amblyomma Kock 1844, diversas espécies desse gênero são reconhecidas como vetores de patógenos que tanto acometem os humanos como aos animais de produção (GUGLIELMONE et al., 2003, 2006).
No estado de São Paulo (SP) destacamos o Amblyomma cajennense (GUEDES et al., 2005) e A. aureolatum (PINTER; LABRUNA, 2006) como vetores da Febre Maculosa Brasileira. Mais outros carrapatos do gênero Amblyomma, Haemaphysalis, Ixodes e Riphicephalus também podem transmitir riquétsias do grupo da Febre Maculosa (FM). Rhipicephalus sanguineus é considerado um dos carrapatos de maior importância médico-veterinária do mundo. Além dos danos diretos causados pelo parasitismo em si, que não muito raramente pode levar cães à condição de exangue, é também vetor natural da bactéria Ehrlichia canis e dos protozoários Babesia canis (=B. vogeli), B. gibsoni e Hepatozoon canis (GROVES et al., 1975; SMITH et al., 1976; GOTHE et al.,1989; BANETH et al., 2001). Além disto, está envolvido na transmissão de riquétsias para humanos no Velho Mundo (especialmente Rickettsia conorii). No México e Estados Unidos tem sido incriminado como vetor de Rickettsia rickettsii, agente etiológico da febre maculosa das montanhas rochosas (BUSTAMANTE; VARELA, 1947; DEMMA et al., 2006). Alguns