Controladoria
Sistemas de controles evoluem e ganham valor estratégico nas organizações
Após o “crash” da Bolsa de Nova York, em 1929, a profissão contábil torna-se focada na proteção do investidor minoritário e nos aspectos fiscais e legais da organização, portanto, voltada aos usuários externos da informação contábil. Com o passar dos anos, o gestor da organização começa a sentir os efeitos dessa atitude.
Faltavam informações adequadas para o processo decisório. Pode-se afirmar que a controladoria preencheu esse vácuo deixado pela contabilidade, qual seja, atender às expectativas por informações que subsidiassem o gestor em sua tomada de decisão.
O objetivo deste artigo é mostrar a evolução do conceito de controladoria, a abrangência de sua função com ênfase mais econômica do que contábil e a atuação estratégica do controller nas organizações contemporâneas. O texto foi preparado a partir dos principais conceitos econômicos discutidos em sala de aula com as diversas turmas de pós-graduação em Finanças e Controladoria da FAE Business School.
Ivantidio Guimarães Mendes
Evolução
A partir da década de 1960, concentradamente nos EUA, a função do controller conquista espaço entre os CEOs
(presidentes) das organizações, por sua capacidade de entender os anseios gerenciais, disponibilizando informações adequadas. Note-se que a controladoria começa a criar relatórios rotulados de gerenciais, contextualizados à tecnologia de informação da época.
Da segunda metade da década de 1970 até a de 1980, o mundo experimenta sucessivos choques econômicos, tais como: alta do preço do petróleo (1973 e 1979); alta da taxa de juros internacionais (1975), quando a LIBOR (Taxa de Juros de Referência Mundial) atinge o ápice jamais visto de 20% ao ano; elevação da inflação americana, que atinge a marca de mais de 13% ao ano sem indexador de proteção (ou de realimentação).
Nesse cenário, a controladoria percebe que os princípios
contábeis