contos novos
Análise da obra
Contos Novos, publicados postumamente, em 1947, escritos por Mário de Andrade num período de crise pessoal, teve publicação póstuma. Reúne narrativas da maturidade artística do autor, marcadas pela maior depuração compositiva e estilística. "Eu também me gabo de levar de 1927 a 42 pra achar o conto, e completá-lo em seus elementos" (Carta a Alphonsus de Guimaraens Filho).
Contos Novos é a obra de maturidade de Mário de Andrade, por estar arejado dos cacoetes modernosos, sem perder o frescor modernista. É provavelmente o livro que chega mais perto, pois, da imbatível produção contística de Machado de Assis.
A criação de seus nove textos foi esmerada, a ponto de haver um artesanato perfeccionista, um burilamento que lembra o Parnasianismo (guardadas as devidas diferenças). Basta observar o “Frederico Paciência”, por exemplo, em que o autor levou 18 anos em sua confecção.
Contos de estrutura moderna, que acolhem as principais correntes ficcionistas que marcaram a Literatura Brasileira das décadas de 30 e 40. Mais do que os fatos exteriores, os relatos procuram registrar o fluxo de pensamento das personagens. Os contos destacam São Paulo, capital e interior, nas décadas de 20 a 40; o processo de urbanização e industrialização (cidade); e o duelo patriarcalismo X progressismo (ambiente rural).
Foco narrativo
Quatro contos são narrados em 1ª pessoa (Peru de Natal, Vestida de Preto, Frederico Paciência e No Tempo da Camisolinha), que centram-se no eixo de individualidade de Juca, protagonista-narrador. Por meio de evocação memorialista, em profunda introspecção, ele relembra a infância, a adolescência e o início de vida adulta.
Os contos em 1ª pessoa, apresentam caráter autobiográfico. No período, influenciado pelas doutrinas psicanalíticas de Freud, deixa-se levar por certo complexo edipiano, de maneira a exaltar a figura da mãe-mártir perfeita e abominar a formação patriarcal da família. Ainda é lembrada