Conto
“... um conjunto de pessoas que vivem em certa faixa de tempo e de espaço, seguindo normas comuns, e que são unidas pelo sentimento de grupo; corpo social, coletividade.”
Como exemplos dessa definição, podemos mencionar as expressões sociedade medieval, sociedade colonial brasileira, sociedades orientais antigas, sociedades indígenas brasileiras etc.
Não há povo sem narrativas orais em sua história. Elas não têm autoria definida, são resultado de um processo coletivo/continuado de criação e sua origem perde-se em tempos imemoriais. São os primeiros gêneros ficcionais que as diferentes sociedades utilizaram para contar fatos marcantes, provavelmente realmente ocorridos, mas que traziam em si um grau significativo de mistério para quem os viveu.
Como no início de sua formação as diferentes sociedades não dominavam a escrita, essas narrativas eram transmitidas de boca a boca. Sem o apoio do registro escrito, essa forma de transmissão exigia que a memória dos contadores fosse cultivada com a finalidade de garantir a manutenção do núcleo da narrativa, já que, a cada vez que era contada, ocorriam modificações: acrescentavam-se ou subtraiam-se elementos e as palavras usadas eram forçosamente modificadas para garantir que, nas sucessivas interações, os diferentes públicos pudessem entender o que se contava. Ainda hoje há grupos sociais que reservam lugar especial para a tradição e para as narrativas orais.
O fato de serem produtos da tradição não conserva as narrativas sempre iguais. Há inúmeros fatores históricos que implicam em mudanças, todos relacionados com a situação de interação