Conto
Lembro de minhas férias em Monte Verde como se fosse ontem. Ar puro, passarinhos cantando, docinhos da vovó Luíza e um belo dia para brincar!Ah!Mas para mim isso já não era tão importante. Depois que completei onze anos, o que alegrava minhas férias era rever Dudu, um loirinho muito bonitinho que morava perto da casa de vovó.Aquele garotinho apesar de lindo só pensava em brincar!Enquanto meu sonho era ter um namorado, o sonho de Dudu era achar o mapa do tesouro escondido na pracinha. Minha amiga Laura sempre dizia: “–Prefiro o Juninho!”. Um dia enquanto falávamos de Dudu e Juninho no degrau do portão de vovó, vimos Felipe, um amigo de Dudu muito do fofoqueiro, atrás do muro do vizinho escutando toda a nossa conversa. Até tentei impedir que o moleque contasse a Dudu sobre o que estávamos falando – dizíamos o quanto ele era bonito, forte, loirinho... – mas ao arremessar o vasinho de violetas em sua direção, o danado escafedeu-se. Não demorou muito até que Dudu viesse falar comigo.De repente minhas pernas ficaram trêmulas, meu coração disparou e minhas mãos ficaram geladas feito dois picolés.Ele porém parecia calmo; com as mãos no bolso da bermuda suja de barro, olhava pra mim com aqueles olhos ternos que apaixonavam qualquer uma.Ao perguntar-me sobre o que Felipe havia lhe contado, sorri para ele involuntariamente.O que resultou num breve e tímido pedido de namoro.Eu, explodindo de felicidade aceitei, e quando enfim achei que eu iria ganhar um beijo: Meu namorado saiu disparado para contar a novidade para o seu bando. Era um namoro estranho, nossos programas eram: Esconde-esconde, caça ao tesouro, pique-bandeira,, vôlei e pião. Eu porém, achava que, apesar de divertido aquele não era um namoro como os dos filmes. Insatisfeita com tudo aquilo decidi terminar, e para a minha surpresa, Dudu aparentou nem ligar para o fim do nosso relacionamento. Eu, arrasadíssima, resolvi me abrir com vovó; que com um sorriso no rosto enrugado me