Contas externas brasileiras
A evolução das linhas que mostram o crescente déficit de suas transações correntes do país, a estagnação do Investimento Estrangeiro Direto (IED) e a necessidade de financiamento externo para financiamentos dos saldos negativos, acendem um sinal amarelo nas contas externas brasileiras e podem comprometer o saldo do balanço de pagamentos brasileiro.
O saldo das transações correntes, que incluem a balança comercial do país e outros gastos, como viagens no exterior, é tradicionalmente negativo, mas nos últimos anos vem ampliando o tamanho do déficit. Segundo números divulgados pelo Banco Central na sexta-feira, o déficit em maio ficou em US$ 6,42 bilhões, acumulando em doze meses um saldo negativo de US$ 72,972 bilhões, 160% a mais que o déficit que o país registrou em 2008. A projeção do BC para o saldo em 2013, antes de US$ 67 bilhões, passou para um déficit de US$ 75 bilhões. O cenário de preocupação é projetado pelos economistas Otto Nogami, professor de Economia do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), e Rafael Bistafa, da consultoria Rosenberg & Associados, que veem como fator mais preocupante nesse cenário o enxugamento de liquidez previsto com a recuperação econômica dos Estados Unidos.
Segundo eles, a persistência dos números negativos na conta corrente do país, que já alcançou a marca de 3,2% do Produto Interno Bruto (PIB), resultará no déficit do balanço de pagamentos, o que implica na redução das reservas cambiais do País.
Segundo os números do BC, o balanço de pagamentos em maio registrou superávit de US$ 604 milhões, menor que o US$ 1,1 bilhão no mesmo período do ano passado, mas a trajetória segue em desaceleração. De janeiro a maio de 2012, o superávit acumulado foi de US$ 21,151 bilhões, encerrando o ano em US$ 18,900 bilhões. De janeiro a maior deste ano, o saldo positivo ainda está em US$ 7,599 bilhões.