Bacharel
22179 palavras
89 páginas
INTRODUÇÃO A década de 2000 foi marcada por uma crescente presença do Brasil no cenário internacional como um país de futuro promissor. Com grande orgulho, o governo tem divulgado que o país, atualmente, tem seus fundamentos mais sólidos e é mais resistente a choques externos – ―houve uma redução da vulnerabilidade externa‖. Entretanto, muitos economistas defendem a tese de que a dependência externa da economia tem apresentado maiores fragilidades devido a uma especialização retrógrada da estrutura comercial e à dependência do influxo de capitais externos de maior volatilidade. Tendo como objetivo saber como se encontra a economia do país frente a fatores externos desestabilizadores, iremos nos aprofundar neste debate trazendo os argumentos utilizados pelos defensores da tese de que ocorreu uma redução da vulnerabilidade externa vis a vis aos argumentos defendidos pelos que argumentam que ocorreu o oposto, no período que se inicia com o primeiro mandato do presidente Lula e se encerra em 2010. Iniciaremos o primeiro capítulo com a apresentação de algumas definições para o termo ―vulnerabilidade externa‖ e de alguns indicadores para a sua mensuração. Em seguida, faremos um breve histórico da vulnerabilidade externa do país a partir da década de setenta, quando teve início um processo de maior endividamento da economia brasileira em relação a capitais externos, até o ano de 2003, quando o governo Lula assume o poder executivo. Os capítulos seguintes (segundo e terceiro) estão divididos em dois itens, sendo o primeiro relativo à vulnerabilidade externa na esfera produtiva, e o segundo relativo à vulnerabilidade externa na esfera monetário-financeira. O segundo capítulo expõe os argumentos dos autores que defendem que houve uma redução da vulnerabilidade externa na década passada, enquanto o terceiro capítulo expõe os argumentos dos autores que defendem a posição de que houve um aumento da vulnerabilidade externa.
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1. Conceituação e Histórico da Vulnerabilidade