Consumo e roupas
Hugo Felipe Quintela1
Resumo O presente trabalho objetiva compreender como que na contemporaneidade os estilos de vida urbanos se configuram a partir da cultura material e, neste caso, especificamente, o vestuário. Nesse aspecto pretende-se destacar, principalmente, o caráter simbólico da roupa enquanto signo de configuração identitária social e pessoal. Uma vez entendemos que o vestuário na sociedade ocidental tem a capacidade de assemelhar e distinguir, de aproximar e de afastar, de inserir e de excluir. A partir dessa aspecto o vestuário é tratado aqui a partir de uma perspectiva cultural em que os objetos servem tanto para promover a realização pessoal, quanto para comunicar significados sócio-culturais. Palavras- Chaves: Modernidade recente; identidades culturais; vestuário; tribos urbanas
Sair do armário é para muitos uma expressão perturbadora. Para outros pode parecer um tanto quanto desafiadora. Talvez essa expressão possa nos levar a imaginar que só os gays ditos enrustidos são os que estão “no armário”. Engana-se quem pensa que está isento de tentar esconder algo sobre si. Quando estudamos a questão da identidade na pós-modernidade, ou modernidade recente como preferem alguns autores, percebemos o quanto ela tem sido questionada no que diz respeito à rigidez que muitas vezes acreditamos que ela deve ter. Muitas vezes aceitamos facilmente a noção rígida de identidade, uma vez que baseamos nossa análise nas sociedades tradicionais e pré-industriais no qual sujeito construía a sua identidade com pouca autonomia pessoal, submetido a um grande número de
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Graduado e licenciado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Espírito Santo, email: hugoquin@ibest.com.br
determinações das instâncias socializadoras e a uma cultura fortemente codificada e estratificada. O que nos leva querer acreditar que temos um padrão de identidade