Consumismo Infantil
Conforme dados divulgados em 2013 pela Universidade de São Paulo (USP), o mercado infantil brasileiro movimenta R$50 bilhões anuais, apresentando um crescimento médio de 14%. Devido ao crescimento do número de empregos, as políticas de inclusão social e o aumento do acesso ao crédito com prazos longos e juros menores, desde 2003, grande massa da população brasileira migrou das classes inferiores para a classe C, visto que a perspectiva para 2014 é que 56% da população faça parte dessa classe. Em razão dessas, o tipo e o valor do bem consumido é alterado, pois os consumidores direcionam uma parcela maior de sua renda para a compra de produtos de melhor qualidade e aparência.
A participação do crédito no PIB brasileiro, ainda é baixo comparada aos países desenvolvidos. Porém, é a mais elevada dentro dos países do BRIC, após a China. Consequentemente os primogênitos dos consumidores tem maior liberdade para adquirir produtos de sua escolha. Os principais quesitos são brinquedos, vestuário, calçados, cosméticos e aparelhos tecnológicos, fatores que influenciam na imagem do jovem perante a sociedade e o grupo a que pertencem. Essa classe corresponde a 46 milhões de indivíduos entre zero e quatorze anos altamente exigentes e alienáveis. Dados da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) revelam que enquanto a produção global de calçados do País cresceu aproximadamente 5,5% entre 2011 e 2012, passando de 819 milhões para 864 milhões de pares, no segmento infantil, o incremento foi de 12,7%, de 164 milhões para 184,9 milhões de pares. A soma chega a 20 milhões de calçado adicionais no período de 2011 para 2012. No quesito vestuário, o segmento infantil representa 15% do mercado global de vestuário do País, com faturamento girando em torno de US$ 9,1 bilhões. Em 2012 “as exportações desse setor somaram US$ 25 milhões, enquanto as importações somaram os US$ 220,2 milhões”, observa