Consumismo infantil
Ninguém nasce consumista. O consumismo é uma ideologia, um hábito mental forjado que se tornou umas das características culturais mais marcantes da sociedade atual. Não importa o gênero, a faixa etária, a nacionalidade, a crença ou o poder aquisitivo. Hoje, todos que são impactados pelas mídias de massa são estimulados a consumir de modo inconseqüente. As crianças, ainda em pleno desenvolvimento e, portanto, mais vulneráveis que os adultos, não ficam fora dessa lógica e infelizmente sofrem cada vez mais cedo com as graves conseqüências relacionadas aos excessos do consumismo: obesidade infantil, erotização precoce, consumo precoce de tabaco e álcool, estresse familiar, banalização da agressividade e violência, entre outras. Nesse sentido, o consumismo infantil é uma questão urgente, de extrema importância e interesse geral.
Pode parecer brincadeira, mas o mercado infantil cresce 14% ao ano, praticamente o dobro do mercado adulto. Se convertermos isso para cifrões o faturamento anual da área chega a US$ 50 bilhões em todo o mundo. As crianças são um alvo importante, não apenas porque escolhem o que seus pais compram e são tratadas como consumidores mirins, mas também porque impactadas desde muito jovens tendem a ser mais fiéis a marcas e ao próprio hábito consumista que lhes é praticamente imposto.
Quando a família estimula ou ignora o consumismo dos filhos,eles podem se tornar adultos que não conseguem ser contrariados. “Isso pode gerar um grande problema, porque quando a criança cresce, a escala de desejos aumenta. Ela se transforma em um adolescente que acha que pode tudo, completamente sem limites. Às vezes até fica agressivo”,alerta a psicólolga infantil Patrícia Fontoura.
Essa frustração e agressividade muitas vezes vão parar no consultório do psicólogo porque foge ao controle dos pais. “É necessária uma avaliação para saber as razões do problema e para os jovens aprenderem a lidar com a perda. O consumo excessivo também pode ser uma