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Como uma jovem dançarina, anos atras, eu fiz a transição do mundo de passos e estruturas para o mundo de transformação e transe através da exposição a percussão ao vivo, nas danças orientais. As batidas, os padrões, os ritmos me chamavam mais e mais para a profundidade da minha dança.
Sendo jovem, selvagem e livre, não me dei conta de que, para entrar em estados profundos de êxtase, eu teria que estar disposta a transformar absolutamente tudo que me impedia. Isso incluía todas formas de inércia: a inércia física de músculos tensos e estressados, a bagagem emocional de depressão, sentimentos reprimidos, a bagagem mental de dogmas, atitudes e filosofias. Em outras palavras, eu teria que entregar tudo - absolutamente tudo.
Na época, eu estava ensinando movimento para dezenas de milhares de pessoas e, nelas, comecei a testemunhar a divisão no meu próprio corpo / espírito. Entre a cabeça e os pés de uma determinada pessoa é um bilhão de quilômetros de deserto inexplorado. Eu desejava saber o que estava acontecendo naquele deserto, não só em mim, mas em todos os outros também.
E assim, o movimento tornou-se meu remédio e minha meditação. Tendo me encontrado e curado em seu abraço selvagem, eu me tornei uma cartógrafa para os outros seguirem, mas não os meus passos, nos seus próprios. Muitos de nós estão à procura de algo sólido e enraizado onde podemos nos refugiar e começar a explorar a fluidez de estar vivos, para investigar por que tantas vezes se sentimos presos, entorpecidos, tensos, inertes e incapazes de nos levantar ou sentar ou desembaralhar as telas que refletem nossa insanidade