construções
ADERÊNCIA
ENTRE
O
CONCRETO
E
A
ARMADURA.
FISSURAÇÃO
3.1 Introdução
Na compressão e na tração antes da fissuração, a armadura e o concreto vizinho possuem iguais deformações. Tão logo haja fissuração do concreto, essas deformações, nas proximidades da fissura, passam a ser diferentes: a armadura alonga-se mais do que o concreto. A diferença de alongamentos entre ambos os materiais implica na existência de deslizamento da armadura em relação ao concreto. A quantidade de deslizamento, proveniente de cada lado da e medida na fissura, é igual à própria abertura da fissura. No primeiro caso, em que há igualdade de deformações, tem-se a chamada aderência rígida, pois não há deslizamento; no segundo caso em que os alongamentos diferem entre si, esta aderência é chamada deslizante ou móvel.
O estudo da aderência deslizante entre as barras da armadura e o concreto que as envolve está, portanto, intimamente relacionado com a fissuração.
Sobre este tema há na literatura específica muitos trabalhos, com diferenças de abordagem do problema. Pode-se distinguir duas formas de tratamento do problema.
Na primeira, devida a pesquisadores canadenses e norte-americanos ( Collins e
Mitchell (1986), Hsu e Belarbi (1994), entre outros), não se faz uma consideração direta da lei tensão de aderência em função do deslizamento, mas antes estabelecem-se leis constitutivas do aço e do concreto em termos de deformações médias. Na deformação média do concreto, igual à da armadura, incluem-se o seu efetivo alongamento médio entre fissuras e as aberturas destas, transformadas em deformação, dividindo-as pela distância entre fissuras, as quais são, assim, espalhadas ao longo da peça fissurada. Novamente, transforma-se o descontínuo num contínuo equivalente. Na segunda forma, devida a pesquisadores europeus, o problema é tratado por meio da definição de uma lei tensão de aderência em função
63
do deslizamento. Desta decorre, como