Construção a seco

AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE FRAGMENTAÇÃO DAS ÁREAS NATURAIS DE CERRADO NA APA DO PLANALTO CENTRAL
Eduardo R. Felizola – Eng. Florestal, MSc

RESUMO

O intenso processo de ocupação das terras no bioma Cerrado para o uso agrícola e urbano ao longo das últimas décadas tem provocado a sistemática supressão da cobertura vegetal nativa, ocasionando a fragmentação das áreas naturais e a consequente perda de biodiversidade regional. O presente trabalho avalia o processo de fragmentação das áreas naturais de Cerrado na APA do Planalto Central por meio da utilização de técnicas de análise espacial em ambiente de Sistema de Informações Geográficas. A partir da interpretação de imagens do satélite ALOS, com 10 metros de resolução espacial e obtidas no ano de 2009, foram calculados diferentes índices descritivos da estrutura da paisagem, bem como realizado um procedimento de agrupamento e hierarquização dos fragmentos, levando-se em consideração o tipo de formação vegetal (florestal, savânica e campestre), a área dos fragmentos e a distância dos fragmentos em relação às Unidades de Conservação de Proteção Integral. Verificou-se que mais da metade da APA encontra-se ocupada por fragmentos remanescentes de vegetação de Cerrado, com predomínio daqueles com formas irregulares e com área inferior a 100 hectares. Verificou-se também que a formação campestre possui maior representatividade em termos de área ocupada, seguido das formações florestais e das formações savânicas. O processo de hierarquização dos fragmentos identificou importantes localidades do ponto de vista da conservação da biodiversidade, com destaque para as áreas dissecadas dos rios Maranhão, São Bartolomeu e Descoberto; bem como o conjunto de áreas protegidas da APA das Bacias do Gama e Cabeça de Veado, a Estação Ecológica de Águas Emendadas e a porção final da serra do Paranã, no nordeste da APA do Planalto Central.

INTRODUÇÃO
O processo de transformação do bioma Cerrado para paisagens agrícolas e urbanas, ao