Construção civil

1 INTRODUÇÃO

Cimento vem do latim Caementum, termo que identifica um material com propriedades hidráulicas, isto é, um “ligante” que misturado com água endurece, tanto ao ar como na água (Secil, 2003).
O uso de materiais aglomerantes foi sempre usado nas construções através da mistura de areias diversas. Os aglomerantes à base de pedras calcárias terão sido desenvolvidos pelos romanos, que se baseavam numa mistura à base de hidróxido de cálcio (cal), poeiras de pedra vulcânica, areias e inertes de pedra partida (Atlas, 1909a). O uso de pedras vulcânicas, nomeadamente da zona de Nápoles, nos arredores de Pozzuoli, permite-lhes obter um cimento natural de qualidade superior, que haveria de ser empregue nas obras maiores da cultura romana e que durarão até ao presente. Na idade média esse conhecimento ter-se-á perdido, talvez pela ausência da pedra “pozolana”. Na era moderna o cimento foi reintroduzido por John Smeaton em 1756, com a descoberta da mistura entre sílicas, cal e barro como matéria agregadora (Saurbrey,1912:19), para a construção do farol de Eddystone (Giedion, [1941], 1982: 323). O cimento natural descoberto por Smeaton permitia a presa em ambientes úmidos e molhados, mesmo em contacto direto e permanente com a água. Em 1796 é patenteado em Inglaterra o Roman Cement de Parker, sob o número 2120 (Saurbrey, 1912:19). Também conhecido por cal hidráulica, é constituído majoritariamente por silicatos e aluminatos de cálcio e hidróxido de cálcio. Obtém-se pela cozedura de calcário argiloso (vulgo marga), seguida de moagem e adição de sulfato de cálcio para regularização da presa.
A indústria de cimento está distribuída por quase todos os países do mundo, com atuação marcante tanto de empresas locais como de grandes grupos internacionais integrados e com desempenho global. A indústria sistematicamente implanta novas unidades modernas e integradas, com investimentos situando-se em torno de US$ 150 milhões/t de cimento e dois a três anos para início de operação.