Construção civil
REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA: AS NOVAS
TECNOLOGIAS E A CONSTRUÇÃO DAS CIDADES
CONTEMPORÂNEAS
Fábio Fernandes VILLELA1
RESUMO : Este artigo trata das grandes mudanças ocorridas no
Mundo do Trabalho, especialmente aquelas relacionadas à transição do Padrão Fordista de Acumulação para o padrão que alguns pesquisadores denominaram de “Acumulação Flexível”, “Neo-Fordismo”, “Pós-Fordismo”, “Pós-Taylorismo”, “Especialização Flexível”, Modelo Japonês ou Toyotista. Busca-se esclarecer e tornar mais compreensiva a complexa realidade da Reestruturação
Produtiva num setor que tem sido pouco privilegiado pelos trabalhos com perspectiva sociológica contemporâneos: a Indústria da
Construção Civil, Sub-setor de Edificações (ICCSE) no Brasil.
PALAVRAS-CHAVE : Indústria da Construção Civil. Reestrutura-
ção Produtiva. Novas Tecnologias.
As últimas décadas do século XX foram marcadas por instigantes debates no que diz respeito às grandes mudanças ocorridas no Mundo do Trabalho. Muitos pesquisadores, nas universidades, nos institutos de pesquisa, nos sindicatos, e os próprios trabalhadores passaram a analisar os processos produtivos e as transformações no Mundo do Trabalho, especialmente a transição do Padrão Fordista de Acumulação ao que, durante a década de 1990, convencionou-se chamar de “Pós-Fordismo”, “Fordismo
Periférico”, “Pós-Taylorismo”, “Neo-Fordismo”, “Especialização
Flexível”, “Mundialização do Capital”, “Modelo Japonês ou ToyoUNICAMP – Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas – Programa de Pós-Graduação em Sociologia. Campinas – SP – Brasil. 13081-970 - fabio_villela@hotmail.com
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Perspectivas, São Paulo, v. 34, p. 37 - 51, jul./dez. 2008
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tista”, etc. Esses estudos passaram a se preocupar com o processo de mudanças organizacionais e com as novas determinações do processo de acumulação de capital, no âmbito da sociedade contemporânea. Dentro dessa perspectiva, um