Conhecimentos gerais na cozinha
Leia o texto para responder às questões de números 01 a 05.
Os sabores do idioma pelo mundo
Uma receita nunca é apenas a maneira de preparar um prato. É também a expressão de uma cultura. No caso dos países de língua portuguesa, sinaliza uma identidade intercontinental. A culinária resultante da expansão marítima de Portugal provocou tamanha circulação de alimentos, de intercâmbios culinários e de cultura de comestíveis que acionou mudanças nos hábitos de todos os oito países e quatro territórios em que hoje se fala a língua.
Muitos pratos que são a própria identidade nacional têm elaboração e ingredientes parecidos nos países-irmãos, como as receitas para feijoada em Portugal (Europa), Moçambique (África), Timor
Leste (Oceania) e Goa (Ásia), feitas com mariscos. Todos trazem marcas comuns, como a origem mestiça e de povos dominados, como a feijoada brasileira, o cozido à portuguesa, a moamba de
Angola e a matapa de Moçambique. E mostram que o encontro entre os povos de língua portuguesa passa pela mesa.
São muitos os exemplos dessas trocas. A batata e o tomate, originados na América, hoje são indispensáveis em Portugal.
Mercadores portugueses levaram o americano amendoim à África no século 16, onde fez sucesso e depois voltou a bordo de navios negreiros, um século mais tarde. A também americana mandioca virou base de alimentação de Angola, cozida no muzongue ou em versão farinha, para preparar o funje, os dois pratos típicos do país. Ou o milho que, cultivado pelos índios americanos, foi introduzido no século 17, na Europa.
Há, ainda, as amêndoas do sul de Portugal, que são uma herança árabe e que diferenciam a culinária do país daquela praticada em todo o Mediterrâneo, e as aventuras do quiabo que invadiram a língua de vários povos. De origem africana, foi trazido ao Brasil.
Como lembrava uma planta nativa, os tupis-guaranis deram a ele o mesmo nome de “caruru”. Reintroduzido em Angola, deu origem a um prato