Conhecimento
Inicialmente, é importante ressaltar as teorias de Heráclito e Parmênides, filósofos pré-socráticos. Para Heráclito, todas as coisas mudam sem cessar, e o que temos diante de nós em dado momento é diferente do que foi há pouco tempo e do que será depois. Resumindo: “Nunca nos banhamos duas vezes no mesmo rio”. Além disso, para ele o ser é múltiplo.
Já Parmênides defendia que o ser é único, imutável, infinito e imóvel.1
Tempos depois, Platão, em sua teoria do conhecimento une as duas teorias acima citadas. Para melhor compreendê-la, pode-se ler no livro VII de A República, a Alegoria da Caverna2:
Pessoas estão acorrentadas desde a infância em uma caverna, de tal modo que enxergam apenas a parede ao fundo, na qual são projetadas sombras, que eles pensam ser a realidade. No entanto, estas são marionetes empunhadas por pessoas atrás de um muro, que também esconde uma fogueira. Se um deles conseguisse se soltar das correntes para ver à luz do dia os verdadeiros objetos, ao voltar à caverna seus antigos companheiros o chamariam de louco e não acreditariam nele.
Através desta metáfora, é possível distinguir a existência do mundo sensível (conhecido através dos sentidos e é local da multiciplidade, do movimento) e do mundo inteligível (conhecido somente através da razão e é local das coisas únicas e imutáveis).
Observando a caverna, é possível identificar quatro formas de realidade:
As sombras: a aparência sensível das coisas;
As marionetes: as próprias coisas sensíveis;
O exterior da caverna: a