Conhecimento e verdade
Curiosamente, apesar de ser um bom leitor, nunca fui ávido em "sagas". Não sou muito fã da ideia de volumes e volumes da mesma história, apesar de saber que isso é natural, traz um frisson mercadológico e boas histórias sempre continuam boas histórias. Esse desapego meu, e também por desinformação minha, se deu com a saga de Crônicas Vampirescas da Anne Rice. Digo isso, pois, sem ter a real noção de os livros dela terem uma seqüência, comecei lendo "A História do Ladrão de Corpos" que é apenas o 4º livro da saga e logo após "Memnoch", o próximo na sequência.
É de fato que nessa onda vampiresca adolescente, muito provavelmente naquela época não teria a noção exata da obra que teria nas mãos e nem a capacidade de compreender a capacidade sua de escritora que tenho agora. Capacidade essa que me faz agora pensar que em nenhum momento me senti perdido na história dela apesar de ler as suas Crônicas em ordem diferente. Apesar de ligadas, a histórias funcionam de maneira independente, o que é admirável e atesta a qualidade que a escritora tem.
O livro narra a história de Louis de Point Du Lac, que conta a história de sua longa vida imortal para um jovem repórter que ele estava espreitando. Daí o título "Entrevista com o Vampiro".
O fascinante, apaixonado e cheio de incertezas Louis foi um fazendeiro de origem francesa do sul do estado da Louisiana, e que morava próximo de New Orleans. Filho mais velho da família, ele tem um grande impacto na sua vida quando seu irmão mais novo, extremamente religioso, acaba falecendo. Louis acaba se sentindo culpado pela morte do irmão e como muitos nessa situação, caíu em uma vida de martírio e passa a procurar a morte, achando que só ela pode aplacar a dor e a culpa que sente pelo ocorrido. E é assim que a “morte” o encontra, na face de um vampiro sádico e cruel, o fantástico Lestat.
O que é mais apaixonante nos livros da Anne Rice é a sensibilidade e destreza com as palavras que