Congada
A congada nasceu no Brasil, de uma dança trazida lá da África. Trata-se de um festejo tipicamente brasileiro, mistura das culturas africana, branca e índia. A congada é um produto urbano por excelência, uma vez que necessita de igrejas para ocorrer.
As congadas, assim como outros rituais de origem negra, constituem verdadeiros autos de resgate da identidade dos povos negros dominados pela cultura branca ocidental. A congada se constitui em sua essência pela espiritualidade advinda de religiões africanas, como os candomblés e a umbanda. Até os instrumentos usados pelos congos também são comuns ao candomblé e à umbanda, sendo todos basicamente instrumentos de percussão.Surgida no Brasil com a vinda forçada de povos africanos de origem banto, oriundos das regiões do Congo (daí o nome congada), Moçambique, Angola, entre outras, a congada é uma manifestação característica da cultura afro-brasileira, que encontrou no sincretismo religioso um meio de resistir ao domínio e à imposição etnocêntrica dos valores culturais e religiosos do homem branco. Com expressões como a congada, os povos negros africanos sustentaram sua fé e sua cultura com a manutenção de seus rituais religiosos e culturais. A forma de preservação da identidade negra e de seus valores culturais foi a assimilação e a incorporação de elementos da religiosidade católica, num processo de reelaboração simbólico-religiosa em que orixás e santos católicos encontraram um espaço de coexistência dentro da senzala. Mas essa não foi uma experiência histórica pacífica, sendo que até hoje os ritos afro-brasileiros esbarram em preconceitos e hostilidades. As congadas não têm uma forma fixa em todas as regiões do país. Também não têm uma data fixa para ser realizada. Isso se deve aos diferentes períodos de colonização e uso de diferentes nacionalidades de negros como mão-de-obra escrava e também a uma presença maior ou menor da influência do poder da Igreja. As congadas são muito