Conferencia de Berlim
MOVIMENTO PARA DERRUBAR O PRESIDENTE DE ANGOLA, JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS
Movimento marca acto para tentar derrubar presidente de Angola
Cláudio Leal
As rebeliões populares no Oriente Médio estimularam a articulação de um movimento, em Angola, para derrubar o presidente José Eduardo dos Santos, há 32 anos no poder. Sucessor de Agostinho Neto, um dos ícones da luta pela Independência, Santos assumiu em 1979 a presidência do País e do MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola). Em 1992, passou por um tumultuado pleito, o qual reacendeu a guerra civil. Com a nova Constituição, a próxima eleição presidencial está prevista para 2012.
O manifesto "A Nova Revolução do Povo Angolano" se espalha nas redes sociais, repercute em jornais online dos países de língua portuguesa e foi amplificado por uma nota da Agência France-Presse. "Em toda Angola, vamos marchar com cartazes exigindo a saída do Zé Du, seus ministros e companheiros corruptos", anunciam. O ato central está marcado para o Largo da Independência, em Luanda, no dia 7 de Março.
A combustão pode vingar, mas existe no povo angolano um sentimento de cansaço, depois de uma longa e devastadora guerra civil, encerrada somente em 2002. Terra Magazine procurou ouvir os líderes do movimento e trocou e-mails com "Agostinho Jonas Roberto dos Santos", que se apresenta como principal organizador dos protestos. Ele usa um pseudónimo que agrega os nomes de personagens da história contemporânea de Angola: Agostinho Neto, Jonas Savimbi, Holden Roberto e o próprio José Eduardo dos Santos. Preferiu não se identificar e afirma que não há outros manifestantes por trás do nome. "Eles vão matar alguns de nós, mas no fim não vão conseguir matar-nos todos", diz.
- Entendemos que a média e algumas pessoas dentre o povo angolano está preocupado com a minha cara e eu garanto-lhe que darei a cara no momento propício porque ainda estamos na fase de mobilização das massas.
Assinada por Sérgio Ngueve dos Santos,