Concílio de Niceia
A convocação do concilio: Há lacunas no que diz respeito ao perfil histórico do primeiro concílio ecumênico. Podemos perceber isso já no momento de acertar as circunstâncias da convocação do concílio. A iniciativa de convocar o concílio foi, sem dúvida, do imperador, embora não seja de se excluir a influência dos seus conselheiros de política eclesiástica, entre os quais sabemos que se destacava Ósio de Córdova. A presença do bispo espanhol ao lado de Constantino, ainda que tenha contribuído para se fazer ouvir a voz do Ocidente, de modo algum portava representação formal de Roma. Por outro lado, as razões que levaram o imperador a convocar o concílio não residiam unicamente nos problemas (ainda que urgentes) levantados no Oriente cristão pela controvérsia ariana. O programa de Constantino era de alcance maior e visava realizar a pacificação geral e a nova organização da Igreja, que já se tornara importante instituição de apoio do império romano. Assim, o concílio, além de pôr fim ao conflito ariano, devia também eliminar os outros motivos de crise que perturbavam a paz eclesial.
Os "318 padres":
Para alcançar esses objetivos, o imperador fez questão de ampla participação e pôs à disposição os meios do Estado, de modo a permitir que a presença episcopal fosse numerosa. Apesar disso, os participantes do concílio provinham, na sua quase totalidade, das Igrejas do Oriente, a presença ocidental era muito limitada. foram convidados também os representantes dos grupos em conflito e os expoentes císmáticos. Há muitas incertezas quanto ao número de presentes, no entanto chegou-se ao número altamente simbólico de 318, que depois se tornou tradicional. Inspirando-se nos 318 servidores de Abraão de Gn 14,14, a partir da segunda metade do séc. IV o Concílio de Nicéia passa a ser comumente indicado como o "concílio dos 318 padres". Um dos membros mais notáveis da assembléia era Marcelo de Ancira (morto por volta de 375). Expoente