CONCEPÇÕES DE ALFABETIZAÇÃO NO CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL
No Brasil, a história da alfabetização tem um enfoque mais visível no que se refere a questões dos métodos, em torno dos quais, especialmente desde o final do século XIX, vêm-se gerando grandes reflexões e discussões relacionadas com "antigas" e "novas" explicações para um mesmo problema: a dificuldade que a escola tem de ensinar a ler e a escrever.
Pode-se afirmar que essa problemática, embora seja um fenômeno reconhecido e denunciado já há várias décadas, só nos últimos vinte anos transformaram-se em preocupação prioritária na área educacional do país, pois a sociedade contemporânea busca incessantemente o direito à escolarização e a democratização do acesso à escola, a qual não tem acompanhado a necessária transformação que a torne competente para servir àqueles que vêm conquistando seu direito a ela. O fracasso escolar, especialmente no processo de alfabetização, tornou-se evidente e, de certo modo, ameaçador para a democratização do saber, do acesso e da permanência na escola.
Essa problemática tem se manifestado na multiplicação de trabalhos, pesquisas e publicações apresentados nos seminários, encontros sobre alfabetização, capacitação de professores alfabetizadores, desenvolvimento de projetos e programas nos níveis estadual e municipal e também na área acadêmica e científica. Essas atividades de discussão e pesquisa privilegiam não só as questões pedagógicas, os pré-requisitos para a alfabetização e os métodos de alfabetização, mas essencialmente as perspectiva psicolinguística, a sociolinguística, a propriamente linguística e a análise e compreensão do contexto histórico, social e político nos quais os sujeitos estão inseridos.
Em decorrência a esses fatores, novas análises, novas reflexões e novas perspectivas pedagógicas vêm enriquecendo os estudos referentes aos processos de alfabetização, para que se possa avaliar o conhecimento já construído e definir novas linhas de pesquisa