concep o humanista tradicional
O homem é encarado como sendo constituído por uma essência imutável, cabendo à educação conformar-se à essência humana. As mudanças são, pois, consideradas acidentais. [...] Não há lugar nesta concepção para o tema da inovação. Esta simplesmente não é considerada; e, se o é, ocupa, obviamente, um lugar secundário, periférico, acidental.
Pode-se dizer, portanto, que não é daí que devemos esperar uma contribuição positiva para a compreensão do tema da inovação, da mudança. Fica claro, também, que é essa concepção ‘humanista’ tradicional que está na base dos métodos tradicionais de ensino:
Não se pode, pois, falar – dado que resulta contraditório – numa concepção
‘humanista’ tradicional de inovação. Ao contrário, o tema da inovação será posto contra os métodos tradicionais de ensino e – já que estes se baseiam na concepção ‘humanista’ tradicional – as propostas de inovação educacional se insurgirão contra a referida concepção.
Daí porque, ela nos permite colocar, com maior precisão, o problema da inovação ao lançar alguma luz sobre a relação na qual algo pode ser considerado inovador, oferecendo, assim, um primeiro critério para se caracterizar a inovação, ou seja, pode-se pensar que inovador é o que se opõe ao tradicional. A inovação ou a mudança, entendida como tudo que se opõe ao tradicional não satisfaz plenamente. Entende-se que a definição de inovação por oposição à tradição seja insuficiente pelo fato de que a inovação do ensino, a partir da mudança de métodos, muitas vezes pode estar em busca da manutenção de uma concepção tradicional de educação e cultura.