Conceituando a cozinha étnica
A humanidade possui patrimônios como prédios, ruas e cidade que contam a nossa História e necessitam de preservação. Contudo, não é apenas essa classe de patrimônio que clama para ser esquecido. Após os estudos culturais, em sua maioria recentes, houve um crescente interesse em relação a gastronomia. E como ela pode ser vista como forma de representação de costumes, crenças, valores e memória de civilizações. Estudar a culinário, por um ponto de vista global ou local, tornou-se objeto de estudo de várias áreas como a história, antropologia, geografia e outras.
É através dos hábitos alimentares, que podemos vizualizar as tradições que não são escritas ou ditas. A alimentação de um povo vem arraigada de memória e que funciona através dos sentidos: odor, visão, sabor e até audição.
O sabor de certos alimentos e a singularidade de certos temperos, são um testemunho do passado, e reafirmam que apesar dos anos este passado não se perdeu, que ele sobrevive na maneira de assar o pão ou no odor forte de ingredientes que, não sendo encontrados no novo país, são preparados em casa, impregnando os quartos e corredores da memória. (HECK.1999 apud CORNER,2004)
Os pratos característicos de uma determinada civilização fazem parte da formação de sua identidade, mas esta não se limita apenas à esse aspecto. A cozinha de um povo não pode ser reduzida a um inventário de receitas e fórmulas. Elementos relacionados a tradição e ao senso comum de uma população é que fazem cada culinária étnica ser única e diferenciada. No entanto, deve-se entender que o processo de formação da identidade culinária de um grupo é algo dinâmico e que vive em reconstrução. Existe espaço para reinvenções da culinária local, sem que haja a quebra das tradições. (MACIEL,2005).
A cozinha é um instrumento de memória e exaltação de valores locais; a cozinha materna, lembranças da infância e outros elementos da memória gustativa. O gosto não