Conceitos de Memória Individual, memória coletiva, Memória Nacional
Segundo Ulpiano, por memória individual se define o tipo de memória integrada nos quadros da interação social, isto é, para que haja uma rememoração é necessária a interação de pelo menos duas pessoas para que aquela se produza de forma socialmente apreensível. Por isso, a relevância se acentua no fenómeno da memória condividida. Essa ilustração aparece por todo o filme. O mesmo é o retrato da memória individual de Sónia, a rememoração desde a sua infância á sua batalha pela procura da informação do papel da sua cidade durante o III Reich. Ficou latente por anos a fio, e foi acionada pela necessidade de partilha connosco, espetador. Só por si é de uma dimensão extra-individual e, conforme aponta Ulpiano, a análise das mentalidades tem tido o seu ponto crucial através da contribuição das histórias de vida.
A oposição á memória individual pela memória coletiva é ilustrada aquando da necessidade de Sónia de buscar informação junto dos habitantes da Cidade, sobre o papel da mesma durante o período do III Reich. A mesma não é espontânea, como afirma Ulpiano, mas é reavivada pelo trabalho de Sónia junto destes “grupos sociais espacial e temporalmente situados” ou “redes de interrelações estruturadas”. Não há uma memória unificada, coesa, retratada no filme através das diversas opiniões dadas pelos seus habitantes. Por exemplo, a memória que as pessoas têm do Padre Juckenack de ser uma pessoa íntegra, que combateu o Nazismo e até fez parte da Resistência, ao contrário do que depois se vem a descobrir – que o mesmo foi um apoiante acérrimo e denunciante de Judeus. A vivência em sociedade, o seu papel social enquanto Padre levaram á criação do mito. Sendo, segundo Ulpiano, a memória coletiva da ordem da vivência e do mito, não buscando coerência, se faz exemplo o anteriormente citado.
A memória nacional difere da