conceito

O conceito do foco
O conceito de foco, empregado com freqüência em trabalhos técnicos, mantém até agora um status teórico impreciso, já que nas referências ao mesmo coexistem formulações que enfatizam aspectos sintomáticos (“os sintomas salientes que motivam a consulta” ou “os pontos de urgência”), ia. teracionais (“o conflito interpessoal que desencadeia a crise”),caracterológicos (“uma zona da problemática - do pacIente que admita sua delimitação em relação a outras zonas de personalidade”), próprios da díade paciente-terapeuta (“os pontos de interesse aceitável para ambos”), ou técnicos (“a nterpretação central em que assenta todo o tratamento”) (1), (2), (3). No campo das psicoterapias, essas formulações se justapõem sem estabelecer ligações entre si. Essa pluralidade de conceitos deixa entrever que “foco” pode aludir a uma organização complexa da qual aquelas formulações recortariam fragmentos. Discutiremos aqui a possibilidade de se trabalhar com certo modelo teórico de - foco que encontre para aqueles referentes uma ordem unificadora, a possibilidade de se propor uma estrutura que organize um campo comum diagnóstico e terapeutico.
Em primeiro lugar, cabe ressaltar a origem eminentemente empfrica do conceito de foco. O trabalho psicoterapêutico se orienta sempre (e freqüentemente de modo intuitivo) no
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sentido de delimitar um eixo ou ponto nodal da problemática do paciente. Os primeiros registros sistemáticos de uma experiência clínica com psicoterapias breves, por exemplo, mostram que a modalidade assumida pela tarefa em sessão é a de uma “focaiizaØo”, uni ajuste de diafragma na ótica do terapeuta, que induz a concentração seletiva do paciente em certos pontos de sua problemática (4). E o que 6 mais: os pacientes tendem naturalmente, logo de início, a manter uma focalização. A possibilidade de organizar o relato, de seguir uma linha diretriz, de selecionar recordaç5es e imagens, depende de certa força nas funções egóicas adaptativasi. Só em