Conceito de recife artificial
O conceito “recife artificial” define um conjunto de atividades que visa à remodelagem do ecossistema marinho com a oferta de novos habitat (Seaman & Sprague, 1991; Seaman, 2000). A comunidade biológica que coloniza estruturas submersas artificialmente, tais como pilares de piers, colunas e fundações de plataforma de petróleo, cascos de navios, estruturas de concreto ou rocha natural, é semelhante aos substratos naturais rochosos do infralitoral adjacente. A ocorrência de algumas espécies de organismos marinhos está intimamente associada à presença de fundos consolidados, utilizados como habitat para fases de seus ciclos de vida. Várias espécies de peixes demersais e bentônicos de importância econômica e ecológica do litoral brasileiro utilizam estes habitat consolidados como abrigos de predadores, áreas de crescimento, reprodução e alimentação (Paiva, 1996, 1997; IBAMA, 1995). Assim como as algas, que liberam esporos para a colonização dos fundos marinhos, espécies da fauna bêntica com fase adulta séssil produzem ovos e larvas pelágicos que são dispersos na coluna d’água e colonizam superfícies adequadas. Consequentemente, qualquer novo substrato com características favoráveis ao assentamento larval e em ambientes adequados, é ocupado rapidamente por comunidades epibênticas que incrementam a cadeia trófica local, propiciando o desenvolvimento dos níveis tróficos superiores. Porém, a simples instalação de estruturas no fundo marinha não garante mudanças positivas na pesca ou na diversidade biológica. A implementação de recifes artificiais com responsabilidade e embasamento técnico-científico, de maneira a otimizar a complexidade estrutural do ecossistema, junto com informações ambientais básicas (hidrografia, biota marinha, capacidade de recrutamento, etc) e específicas para cada região, permite que o assentamento de recifes artificiais seja uma ferramenta versátil no incremento e gestão dos recursos pesqueiros e na