Conceito de emoção
O que quer dizer o choro de um bebê? E quando ele movimenta bruscamente braços e pernas: será que é fome? Sono? Alegria? Cólica? Os espasmos, risos, gritos e outros comportamentos do recém-nascido são demonstrações da sua emoção.
É por meio dela que o bebê comunica algo que o afeta. Por ter como característica uma ativação orgânica (não controlada pela razão), a emoção altera a respiração, os batimentos cardíacos e até o tônus muscular, sendo a mais visível das expressões afetivas. Ao observar o corpo da criança, como ela reage às sensações internas e ao meio externo, é possível identificar o que a afeta e de que forma (se positiva ou negativamente) e usar essa evidência para aprimorar o processo de ensino e aprendizagem.
Henri Wallon (1879-1962), responsável por investigar a emoção geneticamente, diz que ela é a primeira manifestação de necessidade afetiva do bebê e o elo dele com o meio, tanto biológico como social. Isto é, quando a pessoa nasce, ela é só emoção. "Essa descoberta é muito importante, senão vital, para os que trabalham com os pequenos, pois saber que eles não vão reagir de forma racional às coisas interfere na forma de lidar com as circunstâncias que os envolvem.'' Quando uma criança faz birra, por exemplo, e o adulto não entende que essa é uma reação normal, ele pode perder o controle da situação. Mas não adianta tentar argumentar racionalmente com a criança num momento de crise como esse, pois ela tende a não escutá-lo, visto que encontra-se em uma turbulência emocional. "Muitos pais e educadores atribuem uma intencionalidade às ações dos pequenos, como se eles quisessem chamar a atenção propositalmente. Mas não é isso o que ocorre. Essas manifestações emocionais fazem parte da construção do 'eu' da criança, que vai se delineando pouco a pouco. A comunicação não é o único papel da emoção. "Wallon atribui a ela também a função de mobilizar o ambiente para suprir o prolongado período de dependência, característico da